Arquivo mensal: junho 2008

Tatiana Salem Levy. A chave de casa.

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“Quando vai medir meu dedo, vê na outra mão o anel que levo comigo. É bonito, ele diz. Onde comprou? Era da minha mãe e, se não me engano, ela o comprou no Egito. Você está vendo esses buraquinhos todos? Pois então, em cada um havia uma pedra verde. Se quiser, posso colocar novas pedras, ele me oferece. Hesito, tenho medo de não ficar bonito. Não sei, quando o ganhei, ele já era assim, afirmo. E na verdade gosto das coisas que se foram, que não estão mais aqui. Gosto das ruínas, dos segredos do passado. Não gosto das coisas restauradas, como se tivessem sido construídas ontem, mas das marcas, dos vestígios. Depois acrescento: minha mãe comprou esse anel há mais de trinta anos. Será que o meu também vai durar tanto? Eu gostaria de dá-lo à filha que um dia terei. Ele me diz que sim, garante que durará muito tempo. Só não se quanto à pedra, ele brinca, isso não posso garantir. E rimos os dois.”

biologia

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a coisa do decidir ter um filho é realmente assustadora. como se não bastassem todas as implicações óbvias, as pessoas ainda deveriam pensar: será que são esses genes aí que eu quero passar adiante? não sei se pensam, mas deveriam. o mais absurdo é que, se você está apaixonada (isto é, se você não está considerando ter filhos com brad pitt – porque aí seu interesse na perpetuação da espécie seria totalmente legítimo), é isso mesmo que você pensa no momento, faz parte do pacote-do-amor. mas olha, e se depois de uns anos você perceber que tudo aquilo que você odeia no outro está estampado nas pequenas coisas de seu filho? e se você se dá conta de que escolheu errado?

vigilante

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fui à nutricionista. “doutora, por que é que eu tô assim tão gorda se eu sempre fui magérrima na minha vida? eu já não como doces, vou ter que parar de comer mais o que? e o meu macarrão? e o meu pão com manteiga?”. achei que a mulher ia mandar eu me alimentar de brisa, mas qual o que!!! eu, que comia minhas três refeições, agora preciso comer seis vezes por dia! eu, que pensei que nunca mais poderia comer queijo, tenho que comer queijo agora quase todas as refeições, por conta da proteína. eu, que me martirizava porque pensava que comia fruta de menos, vou ter é que cortar a quantidade de sucos. e adorei a coisa de poder substituir tudo! tô gostando tanto dessa dieta que vou fazer o teste por um mês. hoje fiquei feliz só com uma mega saladinha (bem vitaminada) pro almoço.

a única coisa que não dá pra mudar é a lapada na cara que ela me deu: “você tá naquela idade em que as mulheres passam a guardar mais gordura, querida. você não tem mais vinte aninhos.”. afe.

mamãe, eu quero!

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ai, vi as fotos do desfile da Maria Bonita Extra no Fashion Rio e aviso logo aos credores: eu vou à bancarrota. quero TUDO. amei TUDO. achei TUDO lindo, tudo chique, tudo o-que-eu-queria-ser-se-eu-tivesse-dindim.

daniela arrais, quando essa coleção chegar àquela ponta de estoque (fique de olho!) a gente faz um estrago, hein.

pedaço do desfile aqui.